terça-feira, 29 de maio de 2012

Senador da oposição boliviana pede asilo político ao Brasil


  O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, confirmou nesta terça-feira (29/05) que recebeu um pedido de asilo político do senador boliviano Roger Pinto, que se diz perseguido pelo governo de Evo Morales.
Hospedado na embaixada brasileira em La Paz desde a noite da última segunda-feira (28/05), ele divulgou uma carta no qual julga "descabidos" os 20 processos penais abertos contra ele. Patriota se limitou a confirmar que o pedido de asilo foi recebido e não detalhou quanto tempo será necessário para que o Itamaraty se pronuncie sobre o assunto.
Tovar Nunes, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, explicou que o pedido do senador Pinto será analisado dentro do marco legal, o que supõe reunir elementos de julgamento para estabelecer se cabe a concessão do asilo político.

Ele ressalta que o Brasil tem uma "longa tradição" em matéria de asilo político e que é signatário de convênios internacionais que garantem esse direito. Esclareceu, contudo, que casos como o do senador boliviano devem ser "examinados cuidadosamente". De acordo com o oficial, o membro do grupo oposicionista Convergência Nacional poderá permanecer na sede da embaixada brasileira até que uma decisão seja tomada.
 

quinta-feira, 24 de maio de 2012

PF de Piracicaba encontra bolivianos trabalhando irregularmente na região


  A Polícia Federal de Piracicaba notificou seis bolivianos e duas confecções de Americana (SP), nesta terça-feira (22), sobre a presença irregular dos operários estrangeiros no Brasil. Os latino-americanos entraram no País como turistas para trabalhar nas empresas do setor têxtil. A PF multou as confecções e deu um prazo de oito dias para os imigrantes voltarem à Bolívia. Caso não cumpram a determinação, eles serão deportados.
A operação teve início após uma denúncia feita ao Ministério Público do Trabalho (MPT) de Campinas sobre supostas irregularidades nas condições de trabalho de três empresas de Americana. Após vistoria de integrantes da Polícia Federal e do MPT, foram constatados problemas em duas delas.“A questão aqui foi a condição da presença dos bolivianos no nosso País. Eles entraram como turistas, mas estavam trabalhando”, explicou o delegado da Polícia Federal em Piracicaba, Florisvaldo Neves.
O delegado não divulgou o nome das empresas envolvidas no caso e também não soube explicar quando e em que situações os estrangeiros chegaram ao Brasil. As condições de trabalho a que esses imigrantes eram submetidos coube aos procuradores do MPT fiscalizar, mas até as 18h desta terça o órgão não havia se manifestado sobre as constatações feitas no local.

Comissão autoriza doação de quatro helicópteros para Bolívia


 Numa ação negociada com o governo da Bolívia, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado aprovou nesta quarta-feira projeto que autoriza a doação de quatro helicópteros da Força Aérea Brasileira ao país vizinho.
As aeronaves, segundo o projeto, integram a frota desativada da Aeronáutica e estariam defasadas --com a previsão de doação no estado em que se encontram.
São quatro helicópteros de fabricação norte-americana, tipo H-1H Iroquiois.
O projeto prevê que o governo boliviano pague as despesas com o traslado dos helicópteros. Para a doação ser efetivada, o projeto ainda precisa ser aprovado pelo plenário do Senado.
O Ministério da Defesa, ao justificar a doação ao Congresso, disse que o objetivo da doação é "estreitar laços de amizade" com a Bolívia e "permitir a participação mais efetiva do Brasil em questões internacionais".
O ministério afirma que a doação pode "suprir eventuais carências" do governo boliviano.
A ação foi acertada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente da Bolívia, Evo Morales, em 2008, para facilitar nas operações de combate ao narcotráfico do país.
O governo afirma que as aeronaves possuem valor "residual", por isso não compensa a sua alienação. Também haveria, segundo o Executivo, helicópteros mais modernos no mercado com menor custo operacional --o que não justificaria recolocá-las em funcionamento.
O senador Luiz Henrique (PMDB-SC), relator do projeto na CCJ, disse que a estocagem das aeronaves já defasadas não compensa economicamente ao Brasil. Segundo o senador, os helicópteros acarretam "prejuízos" à FAB com instalações e manutenção de voo, mas podem ser úteis aos "esforços bolivianos de combater o narcotráfico".

Hospitais bolivianos voltaram a funcionar nesta segunda-feira

Os hospitais e centros de Saúde da Bolívia voltaram a funcionar nesta segunda (21), após uma greve de 53 dias dos trabalhadores do setor, contra um decreto do governo que pretendia aumentar a jornada de trabalho dos médicos em duas horas.

O presidente do Conselho Nacional de Saúde, Alfonso Barrios, confirmou que "a partir de segunda-feira trabalharemos com normalidade".

A solução definitiva do conflito está nas mãos da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) que irá se pronunciar a respeito da validade do aumento na carga horária dos médicos.

De acordo com os funcionários do setor, o aumento da jornada de trabalho sem compensação financeira , como pede o governo, não resolve a quase crônica carência de hospitais, equipes, instrumentos, remédios e pessoal qualificado.

sábado, 19 de maio de 2012

Petrobras: Brasil e Bolívia têm 'casamento' em torno do gás

Brasil e Bolívia têm um "casamento" em torno do gás natural, disse nesta última quinta-feira (17) um alto funcionário da Petrobras, que participa de um congresso internacional organizado pela petroleira boliviana YPFB.

"O Brasil incrementará sua produção de petróleo, mas não tanto a de gás, e temos uma importante sociedade, um casamento entre Brasil e Bolívia, e necessitamos do gás da Bolívia", disse o gerente para a América Latina da área internacional da Petrobras, José Carlos Vilar Amigo, citado em um boletim da Yacimientos Petrolíferos Fiscales (YPFB) entregue à AFP.

A Petrobras tem importantes investimentos na Bolívia, que por sua vez fornece, em média, 30 milhões de metros cúbicos diários (MMCD) de gás natural ao Brasil, por meio de um gasoduto de 3 mil quilômetros que abastece todo o sul do país.

"É um gasoduto que nos permite hoje uma condição operacional grande e permite à Bolívia vender o gás que produz", disse Vilar sobre o contrato vigente até 2019.

Bolívia condena assassina de tia de Morales a 30 anos de prisão

Um tribunal boliviano condenou a 30 anos de prisão Nelly Gonzales por assassinar e esquartejar em 2009 uma tia do presidente Evo Morales, no entanto a filha da vítima, Leonor Ayma, disse que a família "não está satisfeita" pois não foi esclarecido onde estão as partes do corpo ainda não encontradas.
Além dela, três homens foram condenados por ajudar Gonzales a cortar e se desfazer do cadáver de Rufina Morales de Ayma e foram sentenciados a 15 anos de prisão cada um, enquanto outras duas acusadas por cumplicidade pegaram 2 anos. O julgamento ocorreu em Cochabamba, no centro da Bolívia.
Leonor Ayma disse que os familiares estão "parcialmente satisfeitos" com a condenação, pois esperavam que Gonzales e seus cúmplices revelassem onde esconderam as partes do corpo da vítima ainda não encontradas. "Pensávamos que, quando ditassem a sentença, nos diriam onde estava os restos do corpo e pediriam clemência. Mas isso não ocorreu", disse Leonor.
Nelly é dona de uma farmácia de Cochabamba onde Rufina Morales costumava receber injeções para reumatismo. Em junho de 2009, a acusada administrou mal o remédio provocando uma reação que causou a morte da paciente.
Os parentes da vítima informaram que ela desapareceu, após cobrar um subsídio de velhice, e que partes de seu corpo foram achadas oito dias depois em um barranco a 15 quilômetros de Cochabamba. O presidente exigiu então que a polícia que esclarecesse o crime, e insinuou que poderia ser uma "represália política" contra sua família.
Segundo os jornais locais, Nelly admitiu no julgamento que a vítima teve uma reação alérgica e morreu em sua farmácia, por isso se desesperou e decidiu se desfazer do corpo, pois não estava autorizada a dar injeções.
Leonor Ayma disse que os familiares continuarão buscando os restos mortais.

Greve da saúde pública na Bolívia já completa seis semanas

Os trabalhadores bolivianos do setor de saúde decidiram manter uma greve que já dura mais de 50 dias, apesar de o governo do presidente Evo Morales ter prometido "garantir" por meio de um decreto a suspensão de uma norma que eleva a jornada de trabalho dos médicos para oito horas.
Hospitais permaneceram fechados pela sétima semana consecutiva, apesar de as autoridades terem dado como "superado" o problema após acordos com dirigentes universitários e a suspensão temporária da lei rechaçada pelos funcionários do setor.
Alfonso Barrios, presidente do Colégio Médico, afirmou que "a greve continua" e que "não há acordo" até que o decreto seja anulado definitivamente. Para ele, os trabalhadores consideram essa norma "um engano", uma tentativa de desmobilizar o protesto.
O líder acrescentou ainda que a classe não quer "ser enganada" como aconteceu com os indígenas quando Morales promulgou no último mês de outubro uma lei que proibia a construção de uma rodovia que cortaria a maior reserva do país.
De acordo com os trabalhadores da saúde, o aumento da carga horária sem compensação não resolve a quase crônica carência de hospitais, equipes, instrumentos, remédios e pessoal qualificado.

Bolívia: belezas naturais num roteiro pouco conhecido

Não muito distante da cidade de Puerto Suarez, pouco mais de 270 quilômetros, está localizado o povoado de “Chochis”. A localidade, com população que gira em torno de mil habitantes, traça seus limites dentro da cidade de Roboré, capital da província de Chiquitos, que pertence ao departamento (estado) de Santa Cruz. Considerada Patrimônio Natural e Cultural em nível  municipal e departamental, Chochis reserva ao lado de paisagens naturais incríveis, um clima de paz e sossego que tanto bem fazem à alma. Por lá, o tempo parece esquecer da pressa e nossos olhos, encantados, de se fecharem num cochilo que o clima de tranquilidade nos convida.
Surgido devido à construção da linha de ferro para o trem que liga o Brasil à cidade de Santa Cruz de la Sierra (capital do departamento de Santa Cruz), o povoado começou como um acampamento de trabalhadores que, aos poucos, foi crescendo. Mas, o fato que entregaria a Chochis uma das mais belas construções arquitetônicas, está relacionado a um triste episódio ocorrido em 1979, quando uma forte chuva devastou a localidade e destruiu os trilhos de trem que davam acesso ao local, deixando as pessoas a mercê dos caprichos da natureza. Muitas morreram e a única alternativa diante do desespero que tomava aqueles que buscavam escapar das águas foi a fé na Virgen Asunta.  O socorro veio do céu, com helicópteros que retiraram do local os que buscavam abrigo nas partes mais altas da região.
Como prova de reconhecimento da ajuda divina, o povoado começou em 1988 a construção de uma capela em homenagem à santa. A conclusão foi em 1992, após um primoroso trabalho do artista Hans Roth, restaurador das igrejas das Missões Jesuíticas, em conjunto com artistas locais. Nas formas talhadas em madeira, a história do povoado, os traços de sua gente e episódios bíblicos, mesclados formando um sincretismo singular.

O Santuário da Torre
O Santuário Mariano de la Torre, como foi batizada essa singular construção, traz em sua porta principal os índios ayoreos, habitantes da região. Na porta traseira, um grande painel com dimensões de 4x4 metros, retratando do lado externo, a Criação com Adão e Eva. No interior, a estrutura, que pesa cerca de uma tonelada, mostra, na porção superior, os antigos profetas: Abraão, David e os apóstolos São Pedro, São Paulo, São Francisco, São João e Santa Rosa de Lima. Na parte inferior, a representação   de mulheres dos altiplanos e oriente boliviano.
O jogo de luz fabricado pelas grandes janelas, junto à cor vermelha das pedras que formam as paredes da capela em conjunto com os talhados em madeira, dão um ar de devoção ao local que guarda uma grande imagem da Virgen Asunta. Ao meio uma grande coluna de madeira, chamado de Árvore da Vida, tem uma função tanto arquitetônica quanto artística. Em sua extensão, a representação dos 7 dias da criação. Em cada um dos seus longos “braços” imagens de anjos tocando instrumentos musicais tipicamente bolivianos.
Na parte externa da capela, a Galería de los Desastres registra em quadros talhados em madeira toda a história de destruição e salvação de Chochis durante a forte chuva de 1979. Em trabalho similar, também estão registrados os passos da Paixão de Cristo.
Próximas à porta que conta o momento da criação, duas colunas de 100 metros de altura cada uma, compõe “El Teatro”, local dedicado à mescla da cultura pagã com o cristianismo, imprimindo em imagens, rostos de habitantes e costumes locais a simbolismos religiosos em forma de totens. À esquerda, a Dança da Morte e à direita, a Dança da Vida.

La muela del diablo
Seja pela estrada bioceânica ou pela linha férrea, uma formação rochosa se destaca na paisagem de serras de Chochis. É a Torre de David, ou a popularmente conhecida como “muela del diablo”, o que em português podemos traduzir como molar (dente) do diabo. Partindo dos fundos do Santuário da Torre, um trajeto de subida nos leva bem próximo deste ponto e, no caminho, mais um sinal de devoção religiosa. Outra imagem da Virgen Asunta, protegida por uma gruta, onde fiéis dedicam pedidos e orações.
Subindo pouco mais, se chega ao Vigilante, obra talhada em uma grande pedra, representando um homem sentado com um grande chapéu, vigiando todo o povoado e o Santuário. Deste ponto, se tem uma linda vista de Chochis e do bosque seco chiquitano.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Bolívia vive tensão após 7 semanas de conflitos não resolvidos pelo governo

A Bolívia vive momentos de convulsão após sete semanas de conflitos trabalhistas e sociais, com greves e manifestações que se sucedem sem pausa e frequentemente terminam em violência, e muitos analistas e políticos opinam que o presidente Evo Morales se mostra incapaz de resolvê-los.

A Fundação Milênio, centro de estudos privado que analisa a crônica de conflito boliviana, comentou nesta sexta-feira que Morales parece despreocupado com os conflitos porque avalia que boa parte dos que protagonizam o caos sejam seus aliados, e o líder acredita que "não querem derrubá-lo" do poder.

"Mas estão imobilizando-o e o impedem de governar, além de afetar seriamente os cidadãos e danificar seus esforços produtivos", destaca o Milênio, que registrou 80 conflitos em março e 100 em abril.

Ao término de três dias de greve geral nesta sexta-feira, o líder da Central Operária Boliviana (COB), maior entidade sindical do país, o mineiro Juan Carlos Trujillo, advertiu a Morales que, se o governo continuar sem dar respostas às reivindicações dos sindicatos, os manifestantes radicalizarão os protestos na próxima semana.

A greve da COB, uma das maiores bases de apoio que Morales perdeu desde que chegou ao poder em 2006, teve pouco eco nos centros de trabalho, pois só foi total em hospitais estatais e universidades, embora reforçada por grandes manifestações e bloqueios de vias em várias regiões.

Trujillo classificou como êxito as mobilizações da COB e disse que Morales "tem a obrigação de responder favoravelmente" a suas demandas, como um aumento salarial superior a 8% aprovado pelo líder e a derrogação do decreto que eleva a jornada de trabalho de médicos e funcionários de saúde de seis para oito horas.

A COB anunciou nesta sexta-feira que, na próxima semana, haverá uma reunião de dirigentes em Oruro e poderia decidir uma greve geral por tempo indeterminado.

Na segunda e terça-feira, os motoristas e proprietários de transporte público paralisaram totalmente La Paz e a cidade vizinha de El Alto, e em menor medida outros povoados, para contestar uma nova lei de trânsito. Diante da falta de soluções, também ameaçam retomar os protestos nos próximos dias.

A marcha de centenas de indígenas da Amazônia contra uma estrada promovida por Morales e financiada pelo Brasil, projetada para partir em duas a reserva natural Tipnis, segue avançando em direção a La Paz, apesar da fustigação do governo e de seus partidários.

Uma primeira passeata contra essa estrada percorreu quase 600 quilômetros entre agosto e outubro passados e conseguiu superar as barricadas de fiéis a Morales e a repressão policial, que custou o cargo a ministros, vice-ministros e comandantes policiais.

Os indígenas foram recebidos em La Paz de forma triunfal e obrigaram Morales a decretar uma lei que proíbe qualquer rodovia no Tipnis, mas o líder descumpriu sua palavra e busca retomar as obras, que lhe custaram seus princípios de ambientalista e indigenista.

O ministro de governo boliviano, Carlos Romero, afirmou nesta sexta-feira que os conflitos não têm chance de causar uma crise de governabilidade, em resposta aos políticos, colunistas e analistas que consideram esse risco maior a cada dia.

"Há reivindicações sociais e atores políticos que buscam se aproveitar dessa situação. Não diria que é desestabilizadora, porque não têm chances de provocar uma crise de governabilidade, e menos ainda uma crise de Estado", declarou Romero à rede de televisão "Uno".

O escritório da ONU na Bolívia manifestou preocupação porque os protestos afetam "os direitos humanos da população", e pediu ao governo "adotar todas as medidas a seu alcance para respeitar, proteger e garantir o usufruto desses direitos".

"O protesto impulsionado durante mais de 40 dias pelos trabalhadores do setor de saúde, somado a reivindicações de outros atores sociais, está causando um impacto significativo e preocupante sobre o direito à saúde e agrava as persistentes falhas estruturais do sistema", diz um comunicado da ONU.

A nota acrescenta que o conflito "tem causado protestos universitários de apoio muito violentos, com o uso indiscriminado de dinamites, e deu lugar a práticas pelas quais membros do setor se auto-infligiram tratamentos físicos (crucificação, sutura da boca) equivalentes a maus-tratos e tortura que violam a dignidade humana".

Populista e nacionalista, Morales se limitou nesta sexta-feira a criticar os dirigentes da COB porque, segundo ele, defendem "privilégios".

"Como uma organização sindical, revolucionária, que usa o 'Che' (Guevara) em seu cartaz, pode defender um grupo de privilegiados?", questionou o governante.

Morales vive momentos de baixa popularidade, que não terminou nem com a desapropriação de uma filial de uma empresa elétrica espanhola no último dia 1º, quando antes as nacionalizações lhe davam grandes índices de aprovação nas pesquisas.

Dezenas de manifestantes bloquearam nesta sexta-feira em La Paz o acesso ao prédio da Vice-Presidência da República, atiraram tinta contra sua fachada e protestaram em frente ao Ministério da Saúde, embora não tenham ocorrido choques violentos com a polícia, como em dias prévios.

Houve também manifestações em Cochabamba, Potosí, Sucre, Tarija e Santa Cruz. Nas duas últimas, além disso, houve bloqueios das estradas que as rodeiam.

As vias que ligam a Bolívia a países vizinhos, como Brasil e Argentina, foram fechadas várias vezes nas últimas semanas, enquanto as associações de empresários se queixam das perdas bilionárias decorrentes da inação do governo.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Greve de motoristas bolivianos provoca violência em véspera de greve nacional

Moradores das cidades bolivianas de La Paz e El Alto trocaram nesta terça-feira golpes e pedradas com motoristas que bloquearam a ligação entre as duas cidades desde segunda-feira contra uma nova lei de trânsito urbano, na véspera de uma greve de 72 horas da Central Operária Boliviana (COB) contra o presidente Evo Morales.

A imprensa local informa que houve pelo menos sete feridos em uma batalha campal com pedras e paus, num bairro no limite entre La Paz e El Alto, a 4 mil metros de altitude. Não há dados oficiais sobre os feridos nos incidentes.

Na sétima semana de conflitos que o governo parece incapaz de deter, os moradores reagiram com fúria porque os motoristas passaram a noite nos pontos de bloqueio, alguns bêbados, e não deixavam passar nem sequer ambulâncias, segundo constataram correspondentes da Agência Efe.

Em outros lugares, como a estrada que liga La Paz a El Alto (quase 1 milhão de habitantes cada uma), houve incidentes causados por moradores e inclusive por alguns motoristas que queriam trabalhar e foram agredidos por colegas armados com paus e cintos.

Milhares de pessoas marcharam pelas íngremes ruas de La Paz para chegar ao trabalho, enquanto outras desceram de El Alto por ladeiras, barrancos e bairros marginais, da mesma forma que na segunda-feira.

Os motoristas bloquearam as principais vias com veículos, grandes pedras, fogueiras, troncos de árvores e objetos diversos.

A polícia liberou algumas vias nesta terça-feira e o governo ofereceu transporte gratuito ao povo, ao contrário de segunda-feira, quando se limitou a pedir o diálogo entre motoristas e a Prefeitura de La Paz, em mãos da oposição.

Os motoristas rejeitam a lei de La Paz que busca melhorar o transporte público, porque consideram que ela põe em risco seus trabalhos com um sistema de transporte em massa com ônibus.

O prefeito de La Paz, Luis Revilla, disse que não negociará 'sob pressão' e ratificou suas críticas à Polícia Nacional por não agir na segunda-feira contra os bloqueios, como se fez em semanas anteriores contra marchas de médicos, universitários e professores, entre outros.

O ministro de governo boliviano, Carlos Romero, negou em entrevista coletiva que a polícia tenha sido inativa na segunda-feira e afirmou que as manifestações desta segunda e terça-feira não são similares.

Os líderes da COB, maior organização sindical da Bolívia, até pouco tempo atrás aliada de Morales, confirmaram a convocação de uma greve geral de 72 horas a partir desta quarta-feira, por reivindicações salariais.

Elétrica espanhola lamenta estatização na Bolívia

O presidente da Rede Elétrica de Espanha (REE), José Folgado, disse nesta segunda-feira (07/05), em La Paz, que lamenta a estatização de sua subsidiária Transportadora de Eletricidade (TDE) na Bolívia, após o anúncio do governo boliviano sobre uma "pequena" indenização ou até "nada".

"Mentiria se dissesse que ficamos satisfeitos com a expropriação da Transportadora de Eletricidade" (TDE), na qual a REE tinha 99,94% das ações, afirmou José Folgado após uma reunião com o ministro de Hidrocarbonetos, Juan José Sosa.

Antes do encontro, o vice-presidente boliviano, Álvaro García, revelou que a indenização paga à REE será "pequena, mínima" ou até "nada".

"Qualquer estatização implica em uma pequena, mínima compensação, e neste caso se dará se a avaliação indicar isto, mas talvez conclua que não devemos pagar nada", disse García em entrevista coletiva.

Folgado e Sosa mantiveram em La Paz a primeira reunião para discutir os parâmetros da indenização paga à REE, que La Paz promete realizar no prazo de 180 dias.

"Foi uma primeira reunião, informativa principalmente, de tudo o que vamos realizar como Estado sobre a estatização da Transportadora de Eletricidade", explicou o ministro dos Hidrocarbonetos.

Sosa avaliou que desde que foi privatizada, em 1997, os investimentos na Transportadora de Eletricidade somaram 81 milhões de dólares, mas García garante que a TDE não vale mais que 5 milhões de dólares.

Já a REE, que assumiu o controle da TDE em 2002, afirma que o "patrimônio líquido da companhia" chega a 164 milhões de dólares.

domingo, 6 de maio de 2012

Médicos desconfiam de Morales e mantêm protestos na Bolívia

Os médicos e os funcionários da saúde pública veem com desconfiança o anúncio do presidente boliviano, Evo Morales, sobre a suspensão do decreto que aumenta sua jornada de trabalho de seis para oito horas e exigem sua anulação definitiva para cessar a greve que começaram há seis semanas.
Um dirigente da Confederação de Trabalhadores de Saúde, José González, disse à Agência Efe que a suspensão do decreto anunciada ontem à noite por Morales 'não é uma garantia', nem existe juridicamente.
'Por esse caminho não vamos encontrar a solução para esse conflito. A determinação da Confederação e da Central Operária Boliviana (COB) é clara: estamos pedindo ao presidente que anule integralmente o decreto para que possam suspender as medidas de pressão', explicou.
Esse critério é partilhado pelo presidente do Colégio Médico da Bolívia, Alfonso Barrios, para quem o anúncio de Morales 'poderia ser uma distração' para desmobilizar os grevistas.
'Por enquanto não podemos suspender as medidas de pressão porque há suscetibilidade. Desconfiamos dos anúncios', declarou Barrios à emissora de rádio 'Erbol'.
Lembrou o caso dos indígenas que rejeitam uma estrada no parque natural Tipnis, que em 2011, após uma passeata de 66 dias até La Paz, conseguiram que Morales sancionasse uma lei que proíbe qualquer projeto viário nessa reserva amazônica, mas depois se arrependeu e insiste em retomar as obras, financiadas por uma empresa brasileira.
Barrios assinalou que aguardarão algum documento oficial sobre o anúncio de Morales para analisá-lo com os colégios departamentais de médicos e que eles definirão se terminam ou não os protestos.
Tanto os médicos como os demais funcionários de saúde aceitaram o convite de Morales para uma 'cúpula nacional' em julho para criar um novo sistema de saúde, mas insistem que primeiro deve ser anulado de forma definitiva o decreto que aumenta sua jornada.
Apoiados por estudantes de medicina e membros da COB, a maior organização sindical boliviana, ambos coletivos estão parados desde o dia 28 de março.
Formaram piquetes de greves de fome e realizam diariamente manifestações e bloqueios em todo o país, argumentando que o decreto não foi pactuado nem resolverá as carências da saúde da Bolívia.
Morales se retratou ontem à noite, pelo menos na palavra, de sua decisão sobre as oito horas de jornada de trabalho para os médicos e demais funcionários, assediado por protestos que aumentaram e se tornaram violentos nos últimos dias.
Na quinta e na sexta-feira grupos de médicos, funcionários e estudantes de medicina fecharam estradas que ligam a Bolívia ao Brasil e à Argentina e enfrentaram agentes antidistúrbios.

Festival IndieLisboa premia curta sobre mineiros bolivianos

O curta-metragem boliviano 'Juku', do diretor Kiro Russo, foi agraciado no festival de cinema independente IndieLisboa com o Grande Prêmio de Curta-Metragem, informaram neste sábado (05/05) os organizadores do evento.
A produção argentino-boliviana, que superou mais de 40 obras concorrentes, tem 18 minutos de duração e retrata o dia a dia dos mineiros que trabalham na colina de Posokoni, a maior jazida de estanho da Bolívia. O lugar foi palco de confrontos entre operários e cooperativistas em 2006, quando 16 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas.
A Menção Honrosa do festival foi concedida ao curta-metragem 'Praça Walt Disney', ambientado no Recife e realizado pelos brasileiros Renata Pinheiro e Sergio Oliveira.
Com nove sessões oficiais e um total de 233 filmes em cartaz, o IndieLisboa começou no dia 26 de abril e termina neste fim de semana com a divulgação da lista de vencedores.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Nacionalizações podem deslocar investimentos espanhóis para o Brasil

As recentes nacionalizações de empresas espanholas na Argentina e na Bolívia podem empurrar investimentos realizados pelo país europeu na América Latina para o Brasil, preveem especialistas.

Para eles, o Brasil, que já é o principal destino dos investimentos da Espanha na região, se beneficiaria por garantir maior segurança jurídica, além de um quadro econômico e político mais estável comparado ao de seus vizinhos.
"De maneira geral, o Brasil tem um marco regulatório consolidado e assegura maior respeito aos contratos, dando guarida aos investimentos", disse a BBC Brasil Ernesto Lozardo, professor de economia da FGV-EAESP.
O país, que se tornou em 2011 a sexta economia do mundo, com um vasto mercado interno e prestes a sediar vários eventos internacionais de grande porte, já está na rota dos investidores externos que, sem perspectivas de ganhos futuros nas economias dos Estados Unidos e da Europa, buscam mercados mais atraentes para aplicar seu capital.
Segundo dados recentes da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), o Brasil foi o país latino-americano que mais recebeu investimentos do exterior no ano passado, respondendo por US$ 66,7 bilhões (R$ 128,4 bilhões) ou 43,7% do total de US$ 153,4 bilhões investidos na região, seguido do México, Chile, Colômbia, Peru, Argentina, Venezuela e Uruguai.
Desde 1993 (início da série histórica), segundo dados do Ministério de Economia e Competitividade da Espanha, o Brasil recebeu mais de 30% do volume de investimentos estrangeiros diretos (IED) espanhóis na América Latina.
No ano passado, esse fluxo cresceu, totalizando 4 bilhões de euros (R$ 10,1 bilhões) ou 64% do montante total de 6,3 bilhões de euros investidos pela Espanha no continente.
Descontados os "desinvestimentos" (ou seja, investimentos que foram desfeitos, como venda de ativos, por exemplo), a taxa líquida das aplicações espanholas no Brasil em 2011 ficou em 3,9 bilhões de euros, volume muito superior ao segundo colocado, o México, com cerca de 1 bilhão de euros investidos.
Dados do Banco Central do Brasil confirmam que, em 2011, a Espanha esteve entre os principais investidores no país, depois da Holanda e dos Estados Unidos.
Por outro lado, no ano passado, considerando a mesma taxa líquida de investimentos, a Espanha "desinvestiu" 85,29 mil euros na Bolívia e 1,3 bilhão de euros na Argentina, de acordo com as estatísticas do governo espanhol.
Se depender das empresas espanholas, tal cenário não deve ser alterado neste ano. Segundo o relatório "Panorama de Investimento Espanhol na América Latina 2012", divulgado pelo Instituto de Empresa de Madri em fevereiro passado, 30 das companhias de maior faturamento da Espanha enxergam com pessimismo a evolução de seus negócios em países como Argentina, Bolívia e Venezuela.
Das empresas com filiais nesses três países, somente 15% planejam aumentar sua presença na Argentina em 2012, contra 4% na Bolívia e na Venezuela.
No Brasil, entretanto, o índice é de 62%.

Nacionalização

Evo Morales | Foto: Reuters
Na última terça-feira, o presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou a estatização da empresa Transportadora de Electricidad S.A (TDE), filial do grupo espanhol Red Eléctrica de España (REE), que administra 73% das linhas de transmissão de energia do país.
A nacionalização, anunciada em meio às comemorações do Dia do Trabalho (1º de maio), atendeu a reivindicações de sindicalistas e veio acompanhada de uma ordem às Forças Armadas para a ocupação imediata das instalações da companhia.
Ainda que tenha criticado o ato unilateral, o governo espanhol reagiu à expropriação de maneira diferente de quando recebeu a notícia da nacionalização de 51% das ações da YPF, petrolífera argentina controlada pela espanhola Repsol, anunciada pelo governo da presidente Cristina Kirchner há três semanas.
"O governo espanhol entende que a Bolívia se comprometeu a pagar um valor justo pela estatização da TDE, ao contrário do que foi sinalizado pela Argentina", disse a BBC Brasil José Manuel Rodríguez de Castro, conselheiro econômico e comercial da embaixada da Espanha no Brasil.
Para além do contexto político, entretanto, analistas afirmam que o tamanho das operações da companhia na Bolívia teria influenciado o tom das críticas. No ano passado, a TDE respondeu por apenas 1,5% receita total da REE.
Na opinião deles, a situação na Argentina, no entanto, é diferente. Responsável por 34% e 25% do volume de produção de petróleo e gás, respectivamente, no país, a YPF-Repsol havia acabado de anunciar a descoberta da reserva 'Vaca Muerta' com potencial de 22 bilhões de barris na província de Neuquén, o que pode alçar o país a um novo patamar na exploração da commodity no mundo.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Chairman da Red Eléctrica se encontrará com governo da Bolívia na segunda-feira

A companhia Red Eléctrica de España informou hoje que seu chairman, José Folgado, vai se encontrar com autoridades do governo da Bolívia na semana que vem e começar conversas sobre a compensação, após a administração do presidente Evo Morales expropriar ativos da empresa no país.
A Red Eléctrica disse em um comunicado que Folgado vai se encontrar com o ministro de Hidrocarbonetos e Energia da Bolívia, Juan José Sosa, em La Paz, na segunda-feira. "Esse será o primeiro contato de gestores da companhia com autoridades do governo boliviano", diz a empresa.
Na reunião, o chairman buscará iniciar as negociações para um acordo sobre "uma compensação adequada e para proteger os interesses dos acionistas domésticos e internacionais da Red Elétrica".
A companhia espanhola, que controla e opera quase 85% da rede de distribuição elétrica da Bolívia, afirma que suas operações no país representam somente 1,5% da sua receita anual, que em 2011 superou 1,63 bilhão de euros. As informações são da Dow Jones.

Times do Brasil vencem a Bolívia

Em um dia em que as condições climáticas não foram favoráveis, o Brasil conseguiu garantir nesta quarta-feira seu segundo ponto tanto com a equipe masculina quanto a feminina no Sul-americano de 16 anos em confrontos com a Bolívia no Complexo de Tênis Rafael Yanes Gordils, na cidade de Valencia, na Venezuela.

O time masculino, comandado pelo capitão Luiz Peniza, começou o confronto com o paulista Marcelo Zormann diante do boliviano Adrian Torrico, e o brasileiro não teve dificuldades para conquistar a vitória com parciais de 6/1 e 6/0.

O gaúcho Rafael Matos foi o escolhido para a segunda partida contra o boliviano Rodrigo Banzer e fez um primeiro set equilibrado, vencendo no tie-break, para depois confirmar a vitória no segundo set ao fechar o jogo por 7/6 (7/5) e 6/3.

A equipe feminina começou o confronto também diante da Bolívia com o capitão Roberto Carvalho apostando na gaúcha Suellen Abel, que correspondeu muito bem e não perdeu nem sequer um game diante da boliviana Daniela Ruiz, fechando com duplo 6/0 a primeira partida.

Número 15 do ranking mundial juvenil da ITF, Beatriz Haddad Maia também entrou bem na segunda partida de simples diante da boliviana Natalia de Ugarte e conquistou a vitória com parciais de 6/2 e 6/1.

Com as vitórias garantidas para ambas as equipes brasileiras, um temporal atingiu a cidade de Valencia e interrompeu a programação quando Beatriz Haddad Maia e Carolina Alves enfrentariam Natalia de Ugarte e Raquel Montalvo, enquanto Marcelo Zormann e Gabriel Hocevar jogariam contra Adrian Torrico e Ruben Montãno.

As partidas chegaram a ser remarcadas para a noite desta quarta, mas as condições climáticas impediram a sequência e foram adiados para esta quinta-feira, de manhã, além dos confrontos que já estavam agendados. Após as partidas de simples, a equipe masculina do Brasil enfrenta o Equador, enquanto o time feminino joga contra o Chile.

O time masculino do Equador conta com Allan Velasco, Gabriel Cucalon e Jorman Reyes. Já o time feminino do Chile é formado por Barbara Gatica, Catalina Vives e Colomba di Filippo.

Os campeões de cada grupo disputam o título Sul-americano e garantem automaticamente a classificação para o Mundial da categoria, enquanto os segundos colocados de cada grupo se enfrentam valendo a terceira posição e consequentemente a terceira e última vaga no Mundial, que será realizado em Barcelona entre 25 e 30 de setembro, chamado de Junior Davis Cup e Junior Fed Cup.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Comissão Europeia se mostra preocupada com situação na Bolívia

A Comissão Europeia (CE) manifestou nesta quarta-feira sua "preocupação" com a decisão do governo da Bolívia de expropriar a filial de Red Eléctrica Espanhola (REE) e afirmou que as autoridades bolivianas devem cumprir os acordos de investimentos assinados com a Espanha.

"Ações como esta necessariamente transmitem um sinal negativo aos investidores internacionais sobre o clima de negócio e de investimentos na Bolívia", afirmou o porta-voz comunitário de Comércio, John Clancy.

O porta-voz expressou sua "preocupação" diante da decisão anunciada ontem pelo governo de Evo Morales de nacionalizar a Empresa Transportadora de Eletricidade (TdE) - que está nas mãos da Red Eléctrica Internacional, uma filial da REE -, e assegurou que Bruxelas "segue atentamente" essa situação.

"Acreditamos que as autoridades bolivianas mantenham completamente seus acordos de investimento com a Espanha e garantam uma rápida e adequada compensação por esta desapropriação", indicou Clancy.

Segundo fontes comunitárias, a Comissão Europeia, por enquanto, está trocando informações com as autoridades espanholas antes de dar um novo passo. Em entrevista coletiva, Clancy confirmou que a CE está "em contato com Madri" e que as autoridades espanholas já estão respondendo.

O porta-voz da CE, no entanto, descartou a ideia de vincular o caso da Red Eléctrica na Bolívia com o a postura do Governo argentino, que desapropriou 51% das ações da companhia petrolífera YPF, até então controlada pela espanhola Repsol.

"Não vou fazer vínculos diretos entre o que está passando na Bolívia e o que ocorreu com a Repsol na Argentina", declarou o porta-voz, que, por sua vez, classificou a situação como "inquietante".

Em diversas ocasiões, a Comissão Europeia manifestou sua preocupação com a nacionalização da YPF, principalmente com mensagens do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e do comissário europeu de Comércio, Karel De Gucht.

Nestas, a cúpula da UE alertava que esta operação poderia afetar drasticamente o clima empresarial e os investimentos estrangeiros no país sul-americano.

Apesar do investimento dos países da UE em outros países serem de competência da UE desde dezembro de 2009, quando o Tratado de Lisboa entrou em vigor, a Comissão ainda está criando uma base legal para reverter essa situação, além da pressão diplomática.

Em todo caso, a nacionalização da YPF fez com que a Comissão Europeia acelerasse os preparativos para solicitar consultas com a Argentina na Organização Mundial do Comércio (OMC) pelas restrições às importações que Buenos Aires vem aumentando desde 2008. EFE

terça-feira, 1 de maio de 2012

Bolívia nacionaliza filial da espanhola Red Eléctrica

A Bolívia anunciou nesta terça-feira a nacionalização da filial local de transmissão de energia elétrica do grupo espanhol Red Eléctrica após criticar seu nível de investimentos, e ordenou ao Exército que ocupe as instalações da companhia.
A medida ocorre duas semanas após o governo da Argentina, país aliado da Bolívia, apresentar ao Congresso um plano para expropiar 51 por cento das ações da petroleira YPF da também espanhola Repsol, também como reação ao nível de investimentos da companhia.
"Como justa homenagem a todo o povo boliviano que tem lutado pela recuperação dos seus recursos naturais, pela recuperação dos serviços básicos, nacionalizamos a transmissora de eletricidade em nome do povo boliviano", disse o presidente Evo Morales em ato na capital, La Paz.
A Red Eléctrica possui uma participação indireta de 99,94 por cento na Transportadora de Electricidad (TDE), que administra mais de 1,9 mil quilômetros de linhas de transmissão de energia.
Morales afirmou que a TDE, criada em 1997 durante a privatização do setor elétrico e que está sob controle da Red Eléctrica desde 2002, investiu apenas 81 milhões de dólares nos últimos 16 anos.
O mandatário nacionalizou o setor de hidrocarbonetos em 1 de maio de 2006.